@CaioFRF

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Para refletir, isso não é um Absurdo !

Vou escrever aqui uma narrativa, contanto a vida de um cachorro, pelo olhar do cachorro, as vezes é tão difícil nos colocarmos no lugar de outra pessoa e a narrativa nos ajuda muito com isso, acabamos por sentir como se fôssemos o personagem.

Vida de cão.

Oi, meu nome é Bilú, hoje tenho 7 anos, para a raça de vocês eu seria novo, mas pra um cachorro como eu isso é quase meia idade. Eu estou aqui para contar a história da minha vida, não sou um herói, nem fiz nada de notável, apenas sou como qualquer cachorro que vaga por ai sem rumo, sem a atenção dos pedestres que vem e vão tão de pressa, presos em seus problemas e mundos.

Logo que nasci fui colocado para a adoção, aqueles homens me separaram da minha mãe porque eu não era de raça, meu pai era um vira-lata, minha mãe era Pastor Alemão. Fomos eu e meus irmãos para uma loja de animais, lá ficamos numa gaiola pequena, mal dava para brincar, fora o fedo que ficava, tínhamos que fazer toda a sujeira ali, era realmente ruim ficar ali sempre que passava alguem chorávamos implorando para que alguém nos ajudasse.

 Um a um dos meus irmãos foram indo embora, sempre passavam crianças e diziam " que bonito mamãe leva um", todo mundo acha "bonitinho" ter um cachorro, mas não entendem que sentimos, pensamos e temos sentimentos e necessidades, não somos um brinquedo que quando você enjoar você deixa de lado, somos um vida, mas os homens tão racionais não entendem isso.

Logo fui o ultimo filhote a restar naquela gaiola, que agora nem parecia tão pequena, mas ainda assim eu olhava para rua com vontade de correr por todo aquele espaço, queria sentir a liberdade, mas minhas esperanças estavam se acabando. Depois de alguns dias um menino e sua mãe de meia idade pararam na loja, o menino me olhou, como um passe de mágica ficamos fixados um pelo outro, tínhamos uma ligação e logo ele sentiu isso, perguntou para o dono da lojinha quanto eu custava, o moço respondeu que eu era o ultimo filhote de uma ninhanda que estava para adoção, logo o menino começou a insistir para a mãe que ela me levasse,mas a mãe foi contrária, disse que não, que ele era irresponsável, e ele jurou que melhoraria, bateu o pé e fez birra até que a mãe cedeu.

Minha alegria foi intensa, ia poder sair daquela gaiola pequena e fedida, teria um lar, comida e água fresca, e o melhor de tudo ia ter não só um dono, mas um amigo, um companheiro. Eu ainda me lembro quando ele me pegou e colocou no carro,coloquei a cabeça pra for do vidro e senti o vento, era uma sensação incrível de liberdade, eu estava feliz e eufórico. Logo chegamos em sua casa e o menino veio brincar comigo, brincamos o dia todo. Quando a noite caiu me arrumaram um cobertores e me colocaram para dormir do lado de fora, mas eu não queria ficar ali no escuro sozinho, eu era um filhote, tinha medo, queria ficar do lado do menino, ele me libertou, me deu atenção e carinho e eu já o amava por isso, mas eles não me compreendiam, me mandavam calar a boca, eu não conseguia para chorar, eu estava assustado e aquela noite pareceria que não iria terminar, até que o menino se cansou e me levou pra dormir com ele. E assim foram todos os dias durante dois anos, quer dizer menos  aparte da noite quando fiz 8 meses já era um mocinho e não podia mais dormir com o menino.

A vida era boa, mas tudo que é bom tem um fim, a mãe do menino perdera o emprego e tivemos que nos mudar para um apartamento pequeno, dai as coisas só pioraram, eu não tina mais o mesmo espaço e já fazia um bom tempo que o menino não ligava mais para mim, só queria saber daquele video game dele. Antigamente eu tinha um quintal para fazer minhas coisas, mas ali não tinha quintal e pior o menino nunca me levava pra passear, logo tinha que fazer minhas coisas ali, afinal esta no meu instinto marcar território,não havia problemas ao meu ver, mal eu tinha terminado e já tomei uma vassourada, eles brigaram comigo, mas eu não entendia o porque só estava marcando meu território.

Um belo dia o menino pegou a coleira, ele e a mãe me levaram até o carro, eu estava muito feliz, pois finalmente o menino estava me levando para passear, eu estava muito alegre, andamos por 1 hora até um parque bem afastado, lá meu o menino me soltou e jogou minha bola, como de costume sai correndo atrás, corri como nunca para alcançar a bola até alcança-la, estava voltando para o menino com o ar de vitória, alcancei a bola, agora eu queria mais, foi então que vi que ele não estava lá, logo me bateu o desespero, olhei para os lados e vi o carro longe viajando pro horizonte, corri o mais rápido que pude, e eu não acreditava que aquilo estava acontecendo, eu amava tanto aquela família, eles não podiam me deixar para trás, não podiam me abandonar daquele jeito, minha perna já não aguentava e o carro já havia sumido da minha vista, aquela foi a pior sensação da minha vida, eu estava desesperado, não sabia mais para que lado ir, por onde procurar, estava com medo.

Com o chegar da noite eu tive que procurar um lugar para dormir e esperar amanhecer para procurar minha casa, mas aquela noite mais a difícil de todas, me sentia um lixo, estava triste e não entendia o porque, será que foi o chi-chi no carpete ? Mas eles nunca me ensinaram o que podia ou não podia se fazer, será que eu fui punido por fazer algo que eu nem sabia que era proibido ? Minha mente estava ativa, passe a noite em claro tentando entender, já estava com fome e cede. Antes de voltar a busca pela minha casa, fui atrás de comida e água, foi difícil achar, mas logo conheci uma cadela ( Catita) que me ensinou os truques da rua, ela me contou que foi abandonada logo que engravidou, os donos não queriam-na mais e a jogaram na rua, ela foi atropelada e perdeu os filhos.

Começamos uma amizade e a viajar juntos, quando ela entrou "naqueles dias" muitos outros apareceram, mas eu protegi ela, e claro, ela seria a mãe dos meus filhos, tomei conta dela a todo o instante, sempre buscava comida para ela, cuidava como um marido tem que fazer.

Certo dia fiz minha rota de costume, marquei o meu território, conversei com alguns "cumpadis", e passei no lixão para pegar o almoço da Catita, naquele dia eu tinha achado um belo osso, minha amada ficaria muito feliz, corri para suas patas, mas quando cheguei lá ela já não estava mais lá e todas aquelas sensações que tive a alguns anos atrás voltaram, foi horrível, procurei incansavelmente por ela, mas não a encontrei e voltei a vagar sozinho, sem saber o que acontecerá.

Quando eu acreditava que nada de pior iria me acontecer, a vida veio e bateu em mim de novo, eu estava passando perto de um escola e dois garotos resolveram brincar de atirar pedras em mim, eu tomei várias pedradas, uma delas acertou meu olho esquerdo e desde de então sou cego de um olho, mas essa dor foi menor do que a dor do atropelamento que sofri, um carro preto me pegou em cheio e me quebrou um perna, a dor foi imensa mal podia colocar meu pé no chão, fiquei manco.

Muitas pessoas passavam por mim algumas me olhavam com novo, outras paravam e faziam carinho, me davam um biscoito ou coisa pareci para comer, mas isso até eu pegar sarna, a partir desse dia alguns chegavam perto mas não ousavam me passar a mão.

Os anos foram se passando e eu já não era mais jovem, sofria para sobreviver,até para um cachorro ser cego e manco é ruim, pois nunca mais consegui uma companheira, sempre perdia as brigas, já não tinha mais força para lutar, já não tinha mais força pra viver e tinha perdido todas as alegrias, eu apenas existia até o dia que me fosse permitido.

Hoje quando eu acordei pela manhã, um moço veio me olhou, conversou comigo e foi muito carinhoso, me deu biscoitos e fez aquela voz idiota que as pessoas fazem conosco, me lembrei daquele velho sentimento, de ter alguma importância, de ser amado de ter alguém, mas logo vi que uma lágrima escorria no rosto do moço, ele disse " Amigo, eu queria ter chegado antes, mas agora já é tarde, eu queria poder ajudar, mas não posso, a unica coisa que me resta é amenizar a sua dor " ele veio com uma vacina, e me aplicou fez um carinho e disse que logo tudo ia acabar e que toda aquela dor e sofrimento que eu sentia ia desaparecer.

E realmente já não sinto mais dor, aquelas noites de frio, a tristeza, todo preconceito que eu senti na pele ficaram distates e agora ate posso ver e ouvir meus irmãos, minha mãe, o menino a Catita e uma Luz muito forte me chamando, é estou aqui sentado nessa rua esperando a morte me levar para o conforto eterno.

O cachorro ficou lá por dias, sem que ninguém desse atenção, seu corpo só foi retirado do cantinho que estava deitado quando seu corpo começou a apodrecer, jogaram-no numa sacola de plástico que de noite o lixeiro levou .

Catita foi levada para o canil, e lá ela e seus fetos foram sacrificados.

FIM


Essa foi a minha mensagem baseada numa carta que li a um tempo atrás, se chamava " uma carta de um cachorro para seu dono " .

Pense bem antes de adotar um cachorro, saiba que ele não é um brinquedo e vive em média 15 anos.
O cachorro não aprende se você não ensinar, então ensine, tenha paciência, e não saia espancando ou culpando o cachorro por algo de errado que ele fez, as vezes na consciência dele não estava errado.
Tenha sempre espaço para o seu cachorro e leve-o para passear todos os dias, nem vou falar pra levar pá e sacolinha porque só rico que faz isso mesmo.
Leve seu cachorro regularmente no veterinário, algumas vacinas previnem doenças mortais.
Sempre observe seu cachorro, e quando ele tiver um comportamento anormal leve-o ao veterinário.
E o principal de amor e carinho ao seu cão, pois ninguém fica tão feliz com a sua presença quando ele, ninguém é tão fiel e te ama tanto como o seu cachorro te ama, então cuide dele.
Não maltrate os animais, pois eles também sentem dor e tem sentimentos.
Adote um animal, Não faz mal !

Eu disse aqui o que todo mundo já sabe que deve fazer mas não faz, então vale reforçar a informação !