@CaioFRF

segunda-feira, 22 de julho de 2013

O paradoxo entre Liberdade, Segurança e Responsabilidade....isso é um absurdo!

Zyngmaund Bauman, um dos maiores pensadores vivos, diz que liberdade e segurança são valores inversamente proporcionais, ou seja, quando mais liberdade menos segurança. Podemos considerar liberdade com a zona de desconforto e segurança como a nossa zona de conforto. A zona de conforto é um espaço limitado e bem conhecido, não se pode ir além, já a zona de desconforto não tem limite. O fenômeno interessante que ocorre ao se explorar esta ultima é que cada vez mais ela vai se tornando uma zona segura. Acredito que só podemos fazer bem o que esta na nossa zona de conforto, e se não explorarmos a zona de desconforto vamos sempre nos limitar as mesmas coisas.

Não se deve pensar em fazer bem ou mal feito, a vida é um experimentação...sem experiencia, sem risco, são poucas as coisas que poderemos fazer bem feito. Talvez desde de sempre o homem se prendeu muito a segurança, cada vez mais vivemos numa sociedade segura, sem nenhuma privacidade ( uma outra amostra pratica do parâmetro de liberdade e segurança), viver com o medo do erro significa nunca explorar o desconhecido, não conhecer por um medo irracional.

Liberdade envolve coragem e audácia, características do progresso, sem isso o homem jamais teria ido a Lua. Pensando nisso de uma forma mais ampla, envolvendo questões sensoriais: O mundo se revela para o homem através de sensações, e eu arrisco dizer que o sentido da vida é sentir, absorver e refletir, e de nossas reflexões deixamos alguma coisa para o mundo, que tanto nos deu em vida. Viver na zona de conforto é reduzir a experiencia sensorial a repetições monótonas e preguiçosas que acabam por reduzir a vida a comer arroz e feijão todo dia e num sentir o gosto sofisticado de Risoto com creme de aspargos...o que se pode deixar par o mundo se você passar a vida nessa zona da segurança? Muito pouco ou nada. A sociedade moderna por algum motivo incentiva  essa vida segura e controlada de medo de tomar chuva porque se pode pegar uma pneumonia.

Viver na zona de conforto é positivo quando ela é maior que o universo, mas enquanto ela se reduz a seu pacato bairro, sua alma morrerá de fome, quando a morte chegar a sensação será de que não se viveu, meso que se morra aos 130 anos.

Exaltamos a liberdade, porém há uma questão bem delicada sobre ela: a liberdade sempre vem acompanhada de responsabilidades, a uma vida com responsabilidades demais não pode ser livre, logo, liberdade demasiada resulta em menos liberdade. Caso a liberdade venha sem nenhuma responsabilidade, perdemos a essência adulta e viramos crianças mimadas, o que, diga-se de passagem, é bem comum hoje em dia.

Um exemplo prático são minha aulas de interpretação, eu tenho que fazer uma cena, se eu me prendo naquilo que é habitual, será mais do mesmo, se eu saio e tento uma outra coisa isso provavelmente vai resultar em algo que não funciona para a cena, porem pode vir a funcionar e se funcionar será muito melhor do que aquilo que é habitual, pois virá com o toque de originalidade que encanta os espectadores. Eu tenho uma liberdade de arriscar na cena, porem eu tenho a responsabilidade do resultado muito maior do que de qualquer outra pessoa. Se não me importar um mínimo que seja, a tragédia é garantida, a menos que um golpe de sorte me salve, se eu me importo muito perco a liberdade por ter liberdade. E isso se equivale para a maioria dos ramos da vida.

Aqui entramos num paradoxo, e concluo que não se pode ser livre demais, temos que dosar liberdade e responsabilidade. Eu tenho um leque de escolhas, sou livre para escolher uma, se isso não vier com responsabilidade, tornar-se-a trivial. Num exemplo prático da vida, você pode comer uma comida diferente, porem se comer veneno para descobrir a sensação, não será uma experiencia muito responsável.


Liberdade está longe de segurança, próximo a responsabilidade, e conseguir uma mediação para essas três coisas é uma busca pela qual vale apena meditar e refletir...sem dúvida uma das coisas mais difíceis da vida.


2 comentários:

  1. A vida é um correr de risco continuo, esta vivo já é um grande risco, muitos ser fecham nos seus mundinhos achando que assim terão um pouco de segurança, esses são tolos além de viver com uma falsa sensação de segurança deixam de viver uma vida plena com direito a todas as experiências sejam boas ou ruim dizendo isso me lembro de um treco da musica do capital inicial que diz que " a vida é lá fora"....

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  2. Talvez existiria a liberdade se não houvesse liberdade, pois, para manter o equilíbrio, tudo precisa do seu oposto. Então, se é preciso liberdade, também é preciso haver a ausência dela, ou seja, prisão (ou derivados rs). A verdadeira liberdade seria não existir esses dois lados do tabuleiro.
    Ótimo texto, gostei muito!

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